O abastecimento de água potável em Luanda vai aumentar, a partir de Abril, depois de serem concluídas mais duas infra-estruturas, segundo o secretário de Estado para as Águas.
Lucrécio Costa, que falava, terça-feira (08), depois de visitas em vários projectos que visam melhorar o abastecimento de água, ladeado pelo vice-governador de Luanda para Infra-Estruturas e Serviços Técnicos, Cristino Ndeitunga, disse que estão a ser ampliadas a estação de bombagem de Cassaque, localizada na zona do Zango III, e do Candelabro, situada na Funda, município de Cacuaco.
Segundo o secretário de Estado, as obras do Candelabro vão beneficiar as zonas da Funda, Panguila, Cacuaco, Zona Industrial de Viana, bairros Mulenvos de cima e de baixo, assim como a parte baixa da cidade de Luanda, que recebe água do Centro de Distribuição do Marçal.
A obra está orçada em mais de 122 milhões de dólares Lucrécio Costa disse ter ficado com boa impressão das infra-estruturas que visitou, como as do Candelabro, que vai distribuir 120 mil metros cúbicos de água por dia. Realçou que há cerca de quatro meses a obra estava com uma execução a nível dos 70 por cento, estando agora em 92 por cento.
Em relação às obras da estação de bombagem de Cassaque, o secretário de Estado disse estar avaliada em 104 milhões de dólares, estando em 90 por cento de execução física.
A estação de bombagem de Cassaque, que há bem pouco tempo estava incapacitada, porque não recebia água suficiente, vai, também, tratar água a ser distribuída na zona Luanda Sudeste e Luanda Sul, estando a ser preparada para reservar 215 mil metros cúbicos.
Lucrécio Costa, numa breve explicação, disse que, no decorrer dos anos, a cidade de Luanda registou crescimento socioeconómico, demográfico e infra-estrutural, que causaram déficit no fornecimento de água potável nas zonas de influência da estação de Candelabro.
Acrescentou que, com o surgimento da Centralidade do Sequele, zonas da Funda, Panguila, Cacuaco, Zona Industrial de Viana, bairros Mulenvos, bem como o crescimento das zonas de influência dos Centros de Distribuição do Marçal e Cazenga, a produção de água da ETA Candelabro tornou-se insuficiente.
“Houve a necessidade urgente de se construir a terceira fase, com capacidade de 120 mil metros cúbicos por dia”, sublinhou o secretário de Estado para as Águas.
Lucrécio Costa e o vice-governador de Luanda para as Infra-Estruturas e Serviços Técnicos visitaram, também, a ETA Kifangondo, Candelabro Fase 3, a rede domiciliar para abastecer o perímetro do bairro Quilómetro 12, Vida Pacífica, obras de reforço da sistema de transporte de água bruta – Cassaque, centro de distribuição da Sapú e CD Vila Flor.
Dificuldades na “Vida Pacífica”
A presidente do conselho de moradores da urbanização Vida Pacífica, Maria Dulce, informou, terça-feira, em Luanda, que a falta de distribuição de água potável em alguns edifícios da centralidade continua.
Explicou que esta situação deve-se ao não funcionamento das bombas, que não têm força suficiente para fazer chegar água aos andares de cima, e à fraca capacidade de distribuição da EPAL.
Acrescentou que a zona I, com sete edifícios, é a mais crítica.
Segundo a presidente do conselho de moradores, mesmo que a EPAL melhore o abastecimento de água as bombas não vão funcionar em pleno, havendo a necessidade de comprar outras.
“Neste momento, estão avariadas três bombas, elas custam à volta de cinco milhões de kwanzas e muitos moradores não estão preparados para contribuir. Na zona III, que ficou dois anos sem água, cada agregado familiar teve de dar 43.500 kwanzas”, revelou.
Maria Dulce pediu às autoridades para que se crie uma administração na Centralidade da Vida Pacífica, para salvaguardar certas situações que só podem ser resolvidas a este nível. “É triste ver que o saneamento básico e a falta de iluminação ainda constituem problemas na zona”, lamentou. Na ocasião, o secretário de Estado explicou que as condições técnicas e operacionais do momento não permitem que a Zona Pacífica tenha água em todos os pontos, porque o Centro de Distribuição de Viana opera a 40 por cento da sua capacidade e, em termos de bombagem para a zona do Zango, faz, apenas, seis horas, quando que deveria operar no mínimo 12 horas.
Com as intervenções em curso, garantiu, depois da sua ampliação, o centro de tratamento de água do Candelabro vai aumentar a produção, funcionando por mais de dez horas. Durante a visita no Quilómetro 12, o director da EPAL para área de distribuição e redes, Hélder Tona, explicou que a zona do Quilómetro 9 foi beneficiada pelo projecto das 700 mil ligações, em 2014/2015.
Realçou que parte destas ligações não tem recebido água, porque foi instalado um centro de distribuição com capacidade de cinco mil metros cúbicos, que não corresponde com as necessidades.
O projecto, disse, previa cerca de 23 mil ligações domiciliares e apenas 35 por cento permitem o fornecimento de água.
A visita serviu, também, para projectar acções que permitam mais ligações e atingir, pelo menos, 65 por cento da população, dentro de 90 dias, atingindo, também, a zona do Quilómetro 12.
Fonte-jornaldeangola